Mais informaçom:

 

Até aqui figemos umha apresentaçom geral do que é o padrom reintegracionista. O Reintegracionismo é um movimento que reúne um grande número de pessoas que pensamos que é preciso volvermos ao galego a sua escrita verdadeira, a roupa de gala que um dia nos roubarom. Somos um amplo movimento de cidadãos que reclamamos a restituiçom dos nossos direitos linguísticos e o fim desta inaudita situaçom em que umha língua com ortografia própria tem de ver como se oficializa a escrita de outra língua diferente para representá-la. Umha situaçom tam insólita como se alguém impugesse aos castelhanos o emprego da ortografia do francês. Somos um grupo de cidadãos que decidimos escrever normalmente a nossa língua como lhe corresponde, conscientes de que estamos criando um uso e umha tradiçom tam legítima como a que tenta assentar um híbrido linguístico em contra da mais elementar lógica científica e da história do nosso idioma.

 

Caixa de texto: Francisco TETTAMANCY (1.854-1.921)

"O seu idioma (dos portugueses) é o nosso, e tais som as afinidades que em nada diverge do galego, pola sua estrutura, pola sua fonética, pola sua fraseologia, polas suas desinências, etc.; só que os portugueses o civilizarom." 

VÁRIOS, Barbarismos de la inscripción del monumento a los mártires de Carral (Colección de artículos), Buenos Aires 1.907, pág.14. 

Nom luitamos em desvantagem porque podemos participar de todos os benefícios que tem compartilharmos umha língua extensa, útil e de ampla projecçom internacional. Como usuários da língua galego-portuguesa temos ao nosso dispor livros, dicionários, enciclopédias, canções, filmes, programas informáticos, páginas na Internet..., com umha quantidade e qualidade incomparavelmente maiores que as que poda alcançar nunca a "cultura" do galego concebido como dialecto regional do castelhano. Podemos, pois, sobreviver e crescer neste ambiente hostil sabendo que cada pequeno passo que damos, cada livro publicado, cada grupo musical que usa o galego-português, cada novo cidadão galego que decide usar coerentemente a sua língua é um passo de gigante na construçom dumha cultura verdadeiramente galega, umha cultura viva e real, e nom umha culturinha artificial de autores subsidiados.

Caixa de texto: Os que pensan que gentes mal escrito
Está com g, poñamos por enxempro,
Ou digan que taberna, pan é carne
Son termos castellanos non galegos:
Aqueles que setenzan que jamais
Non è da nosa terra puro termo:
Os que dicen que o o de foliada
Debe ser u fundándose no vento:
Os que fan mais reparos, e murmuran
Das letras e palabras en secreto,
Suplícolles e rógolles que agarden
E queiran dar vagar e tempo ò tempo.
Si alguns se afan à música da Gaita
E teñen da sua pátria amor desperto,
Si saben do idioma algun-ha cousa
Por Dios lla comuniquen ò Gaiteiro,
Que humilde a recibir a sua doutrina
Está sin vanidade, si por certo.
Por encanto irá èl co seu foliño
Seguindo lealmente o seu comenzo,
E si vedes que a erra, a sua plana
Por Dios que lla enmendedes eu vos prego.
Si vis scire doce. Cacholiñas
Que non se vos esqueza ese preceuto.

Joám Manuel Pintos; A Gaita Gallega (1853)
—primeiro livro impresso em galego na Galiza—

Nom se trata, pois, de isolar-se da realidade nem de renunciar ao património cultural de todos os galegos, trata-se de construirmos umha alternativa que, chegado o caso, sirva para dar o passo definitivo cara ao galego mais legítimo. Precisamente porque é já o galego mais real, o único que existe como forma culta, o mais parecido a umha língua normal dum país normal. Nom significa isso que nom reconheçamos o galego escrito à castelhana, pois trata-se de somar esforços, nom de restar; mas é inquestionável que se a cultura galega fosse exclusivamente por esse caminho a nossa língua acabaria desaparecendo subsumida no espanhol no inquestionável processo de dialectalizaçom (assimilaçom horizontal) que está a ter lugar.

 

Devemos usar o mais possível o galego-português porque ele está em condições de concorrer com o castelhano na Galiza em igualdade de condições enquanto o galego isolacionista está condenado a ser por sempre umha forma dialectal-regional do espanhol, um código alternativo, sem variedades nem registros, utilizado somente para usos administrativos e pseudo-litúrgicos enquanto persista a ideia de que falá-lo em público é o politicamente correcto. É um galego morto, assumido polas gentes como umha forma de falar pedante, de persoeiros e locutores com sotaque castelhano que o falam por obriga. Isso nom é a forma padrom da nossa língua. Devemos usar o galego-português porque, fazendo-o, estamos também promovendo a consolidaçom da identidade galega. É umha escrita independente, baseada nas nossas próprias raízes históricas e coerente com as outras variedades da nossa língua comum galego-portuguesa

 

 

 

Hiperligações para outros sítios reintegracionistas:

 

Página da Associaçom Civil Amigos do Idioma Galego (Adigal), da Argentina.

La Questione della Lingua. Talvez a melhor fonte de informaçom sobre o problema surgido na padronizaçom da língua galega.

Página da Associaçom Galega da Língua (AGAL). Página da organizaçom que é considerada coluna vertebral do movimento reintegracionista do nosso país.

A Galiza e a Lusofonia. Página sobre a língua portuguesa em que também se aborda o caso da Galiza.

A língua portuguesa. Página brasileira, de grande qualidade, que se caracteriza polo mesmo que a anterior.

 

 

 

 

 

 


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