Há, para isto, várias razões
que confluem:
a)
Falta de
costume por ausência de intercâmbios. Se os castelhanos nunca tivessem
ouvido falar em andaluz também teriam dificuldades para entendê-lo. Este
problema soluciona-se a nível individual mediante o simples contacto com as
outras variedades de galego-português. A nível social requer maiores
intercâmbios culturais: televisom, música, teatro...etc.
b)
Registros
populares. Muitas vezes o
que nom entendemos som na realidade falares populares bastante afastados da
pronúncia padrom desses países. Som habituais nas músicas. Mas o mesmo acontece
em espanhol. Nas próprias televisões espanholas têm que legendar a miúdo a fala
de pessoas da América do Sul e Central nalgumhas reportagens ou entrevistas. Em
todas as línguas de grande extensom os registros cultos estám mais próximos
entre si, enquanto os registros mais populares estám mais afastados.
c)
Penetraçom
de castelhanismos no galego. Provocam o desconcerto dos luso-brasileiros que nos ouvem falar e
impedem-nos geralmente conhecer e/ou reconhecer as formas legítimas
galego-portuguesas. Isto acontece porque quando estamos a ouvir o que alguém
falou procedemos a comparar as suas palavras com todas as que nós esperaríamos
ouvir nesse mesmo contexto e situaçom. Se esperamos ouvir "É um chico mui
bueno", que é o que muitas pessoas
diriam, será-lhes difícil perceber quando alguém diga "É um rapaz muito
bom" com outro sotaque. De todos os modos, o contacto com o
luso-brasileiro é o melhor meio para luitarmos contra estes castelhanismos gratuitos.
d)
Problemas
psicológicos: Muitas
pessoas, influídas polo discurso negativo desenvolvido historicamente polo Reino de Castela contra Portugal (e, por extensom, contra o resto dos países
galego-portugueses), crem ver ainda nesses países umha espécie de "raça
inferior" ou cousas ainda piores. Por isso é que muitas vezes nom se
entende (ou nom se deseja entender) o luso-brasileiro.
Também influi muito o
auto-ódio, pois, em relaçom com o anterior, alguns galegos olham para os portugueses como para aqueles que
têm a "desgraça" de serem ainda mais galegos que eles. Ou seja,
seriam umha espécie de 'hipergalegos', de pessoas que falassem um galego
extraordinariamente "fechado" (o castelhano é visto por estas mesmas
pessoas como "claro" e "aberto").
Todos estes som traumas psicológicos provocados na sociedade polo
efeito secular do discurso denigrador difundido contra Portugal.
Nem é preciso dizer que a
soluçom a esta forma de ver o mundo é a cultura, a razom e o combate contra
todos os discursos de tendências supremacistas.
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