POR QUE ALGUMHAS PESSOAS DIZEM NOM ENTENDER O LUSO-BRASILEIRO?

 

         Há, para isto, várias razões que confluem:

Cuadro de texto: Suso de TORO

"Se desapareceu o muro de Berlín e palestinos e israelís dialogan ¿non o habemos de de facer os que queremos o galego? Porque os técnicos e coidadores da lingua teñen unha obriga social que non é a de gardar corpos incorruptos senón a preparar a lingua para o seu uso en cada momento.
Agora é o momento de acabar de transformar aquela lingua dunha Galiza pobre, semianalfabeta e que non tiña institucións nunha lingua moderna e apta para os intercambios com Portugal, Brasil,... e estar así no mundo. Se seguimos presos do mapa político e cultural franquista de catro deputacións poñeremos límites provincianos á nosa cultura e non comprenderemos que Jorge Amado, José Afonso, José Saramago, Miguel Torga, Pessoa, ... son tamén parte da cultura na nosa lingua e que Rosalía, Castelao, Cunqueiro, Seoane, ... e todos nós, somos parte da súa."

La Voz de Galicia (26-04-1994).

a)      Falta de costume por ausência de intercâmbios.  Se os castelhanos nunca tivessem ouvido falar em andaluz também teriam dificuldades para entendê-lo. Este problema soluciona-se a nível individual mediante o simples contacto com as outras variedades de galego-português. A nível social requer maiores intercâmbios culturais: televisom, música, teatro...etc.

 

b)      Registros populares. Muitas vezes o que nom entendemos som na realidade falares populares bastante afastados da pronúncia padrom desses países. Som habituais nas músicas. Mas o mesmo acontece em espanhol. Nas próprias televisões espanholas têm que legendar a miúdo a fala de pessoas da América do Sul e Central nalgumhas reportagens ou entrevistas. Em todas as línguas de grande extensom os registros cultos estám mais próximos entre si, enquanto os registros mais populares estám mais afastados.

 

 

c)       Penetraçom de castelhanismos no galego. Provocam o desconcerto dos luso-brasileiros que nos ouvem falar e impedem-nos geralmente conhecer e/ou reconhecer as formas legítimas galego-portuguesas. Isto acontece porque quando estamos a ouvir o que alguém falou procedemos a comparar as suas palavras com todas as que nós esperaríamos ouvir nesse mesmo contexto e situaçom. Se esperamos ouvir "É um chico mui bueno", que  é o que muitas pessoas diriam, será-lhes difícil perceber quando alguém diga "É um rapaz muito bom" com outro sotaque. De todos os modos, o contacto com o luso-brasileiro é o melhor meio para luitarmos contra estes castelhanismos gratuitos.

 

d)      Problemas psicológicos: Muitas pessoas, influídas polo discurso negativo desenvolvido historicamente polo Reino de Castela contra Portugal (e, por extensom, contra o resto dos países galego-portugueses), crem ver ainda nesses países umha espécie de "raça inferior" ou cousas ainda piores. Por isso é que muitas vezes nom se entende (ou nom se deseja entender) o luso-brasileiro.

Também influi muito o auto-ódio, pois, em relaçom com o anterior, alguns galegos olham para os portugueses como para aqueles que têm a "desgraça" de serem ainda mais galegos que eles. Ou seja, seriam umha espécie de 'hipergalegos', de pessoas que falassem um galego extraordinariamente "fechado" (o castelhano é visto por estas mesmas pessoas como "claro" e "aberto").

 Todos estes som traumas psicológicos provocados na sociedade polo efeito secular do discurso denigrador difundido contra Portugal.

Nem é preciso dizer que a soluçom a esta forma de ver o mundo é a cultura, a razom e o combate contra todos os discursos de tendências supremacistas.

 

 

 

 

 

 

 


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